O AVC é a segunda doença que mais mata no mundo e a sua identificação precoce pode ajudar no tratamento efetivo. Afinal, a doença não escolhe idade, podendo afetar jovens, adultos e idosos.
Neste artigo vamos abordar sobre o que é o AVC, quais são os sintomas, como prevenir, os diferentes tipos, tratamentos e formas de reabilitação. Confira!
O que é AVC?
O AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente conhecido como derrame, acontece quando ocorre o entupimento ou rompimento dos vasos sanguíneos que levam sangue ao nosso cérebro. Como todos os órgãos, para funcionar corretamente, o cérebro precisa do oxigênio e dos nutrientes que o sangue carrega. O derrame ocorre quando esse fluxo sanguíneo é interrompido ou um destes vasos se rompe dentro da nossa cabeça.
Quais são os sintomas mais comuns?
Os sinais e sintomas do AVC podem surgir de repente. Portanto, saber reconhecê-los tão logo apareçam é essencial, já que o tempo é o recurso mais valioso para o tratamento eficaz. Pense em AVC se você ou alguém próximo a você apresentarem subitamente um ou mais dos sinais e/ou sintomas abaixo:
- Perda de força no braço e/ou perna de um dos lados do corpo
- Dificuldade para falar
- Boca torta e/ou paralisia da face
- Desequilíbrio e tontura persistentes
- Alterações da visão
- Formigamento ou perda de sensibilidade
- Dores de cabeça fortes, súbitas e diferentes do normal
- Confusão mental ou desmaios
Como podemos prevenir que aconteça um AVC?
As chances de alguém ter um derrame aumentam muito na presença do que chamamos de fatores de risco cardiovasculares. São alguns deles: Hipertensão (Pressão alta), Diabetes, Colesterol alto, Obesidade, Tabagismo (uso de cigarro), Etilismo (abuso de álcool), Sedentarismo, Estresse, Apnéia do sono.
Aproximadamente 80% dos casos de AVC poderiam ser evitados através de mudanças nos hábitos de vida. Sendo assim, é muito importante que você cuide de sua saúde de forma contínua. Abaixo relacionamos 6 dicas que podem ajudá-lo bastante a evitar este mal.
- Boa alimentação;
- Prática regular de atividades físicas;
- Combate ao excesso de gordura corporal;
- Controle adequado dos níveis de pressão arterial, colesterol e afins;
- Parar de fumar;
- Evitar o consumo exagerado de álcool;
- Ter bons hábitos de sono;
Quais são os diferentes tipos de AVC?
Existem essencialmente dois tipos principais de AVC: Isquêmico e Hemorrágico.
O AVC isquêmico é o tipo de AVC mais comum, que acontece por causa da obstrução de um vaso (artéria) dentro do cérebro, interrompendo o fluxo de sangue naquele local. Deste modo, a área cerebral , irrigada por aquele vaso, entra em sofrimento, levando aos sintomas de derrame, podendo levar a alterações irreversíveis.
Este tipo de AVC, em alguns casos, pode ser pequeno, com sintomas leves e até reversíveis para alguns indivíduos. Em contrapartida, pode ser uma tragédia na vida do paciente afetado, assim como também na vida de seus familiares.
O tratamento desse tipo de AVC é feito, na maioria das vezes, através de um procedimento chamado de trombólise, processo pelo qual se dissolve o coágulo que se formou a corrente sanguínea com o uso de uma medicação especial chamada de trombolítico. Outro tratamento que também chegou há relativamente pouco tempo no Brasil para o AVC isquêmico é a trombectomia mecânica. Neste procedimento, é feita a introdução de um cateter pelas artérias das pernas ou dos braços do paciente com a finalidade de se chegar até a artéria do cérebro que está obstruída e utilizar um dispositivo especializado para se retirar o coágulo do local, restaurando o fluxo sanguíneo.
Em ambos estes tratamentos, é de extrema importância que o paciente com suspeita de AVC seja levado imediatamente a uma emergência de um hospital capacitado. De preferência um que tenha tomografia disponível 24 horas por dia.
O AVC Hemorrágico é causado pelo rompimento de vasos de dentro da cabeça, ocasionando um extravasamento do sangue, com lesão da área do cérebro onde ocorreu aumentando também a pressão intracraniana. As principais causas desse tipo de AVC são o rompimento de aneurismas cerebrais, sangramentos de malformações, pressão alta mal controlada, pancadas na cabeça, dentre outros O Tratamento varia conforme a gravidade, podendo ser conservador ou envolvendo a realização de procedimentos cirúrgicos e/ou endovasculares para a correção das alterações dos vasos que causaram os sangramentos.
A Recuperação após o AVC.
O tratamento ocorre diretamente no hospital após a avaliação pelo médico neurologista, que irá indicar o tratamento mais adequado para cada caso. Após o período de internação, o paciente é liberado para casa, para que possa iniciar o processo de reabilitação. Neste momento, há espaço para diversos tipos de abordagens pela equipe de profissionais de saúde especializados, sendo as principais: Fisioterapia, Fonoterapia. terapia Cognitiva, Terapia de habilidades sensoriais.
Fisioterapia
Devido às sequelas causadas pelo AVC, é possível que os músculos dos pacientes fiquem mais fracos e atrofiados e que se tenha muita dificuldade de voltar a fazer as atividades do dia-a-dia, como caminhar. Deste modo, o médico fisiatra e o fisioterapeuta são os melhores profissional para coordenar o tratamento que tem como principal função auxiliar o paciente na recuperação da força muscular e do equilíbrio através de exercícios e técnicas especializadas.
Fonoterapia
Realizada por um fonoaudiólogo que é responsável pela avaliação, investigação e intervenção das perturbações da comunicação humana e dos distúrbios da deglutição (capacidade de engolir a comida) que podem ocorrer após um AVC. O profissional conduzirá um processo intensivo de reabilitação para auxiliar o paciente na recuperação da fala e da deglutição através da realização de exercícios especializados.
Terapia Ocupacional
Muitos pacientes podem apresentar mudanças na sua maneira de pensar e agir frente às limitações impostas pelas sequelas do AVC para a realização de tarefas do dia-a-dia. Por isso, um terapeuta ocupacional pode ser procurado para ajudar o paciente na sua adaptação às tarefas cotidianas, visando recuperar o máximo possível da sua funcionalidade rotineira.
Psicoterapia
Por conta de sequelas causadas no cérebro após o AVC, é possível que haja mudanças no humor ou na maneira de pensar do paciente acometido por esta condição. O psicólogo e o psiquiatra, neste contexto, são os melhores profissionais para, juntamente com o médico neurologista, identificarem e tratarem estas alterações psicológicas, utilizando-se tanto de medicações, como sessões de psicoterapia, que podem ter um grande impacto na recuperação destes pacientes se forem adequadamente utilizadas.
O AVC é uma doença complexa que, na maioria das vezes, leva a uma grande transformação na rotina do paciente afetado e de sua família. Porém ela pode ser evitada e tem tratamento se for identificada a tempo! Lembre-se de consultar seu neurologista caso tenha dúvidas sobre o AVC. Quanto antes buscar ajuda, mais fácil será prevenir!!